Fonte: @nimbusdesenios

A comunidade LGBTQIA+ propõe à sociedade que todas as suas partes sejam respeitadas em sua expressão de individualidade. Para alcançar esse objetivo, uma proposta é a da Linguagem Não-Binária ou Neutra, em que os pronomes masculinos e femininos são substituídos pelos neutros. A promoção dessa linguagem, segundo a população trans não-binária, retira as marcas de gêneros, que classificam o indivíduo apenas entre homem e mulher, defendendo que não existem apenas esses gêneros, mas múltiplos outros que compõem a identidade do sujeito.

No entanto, a postura inquieta e muitas vezes raivosa de pessoas que se opõem às mudanças linguísticas em curso aponta na direção contrária à de seu próprio argumento, de que se trata de uma “bobagem” ou “mimimi”.

A língua é também um lugar de manifestação de violências. E insistir em não (re)conhecer, na língua e na vida, identidades distintas da sua porque, supostamente, a língua é imutável – o que sabemos que não é – é contribuir para a manutenção da violência e da invisibilidade na língua. O gênero neutro é uma das formas que nos levam a agir em outra direção, oposta à da violência.