Língua Global, Identidades e Saberes: Novas Tecnologias nas Zonas de Contato’s Updates
Dia do Índio: vozes e atitudes negacionistas
Hoje é dia do Índio, data importante para reverenciar a luta dos povos, que diferente do que se possa pensar, compreender e considerar, eles não são ideológicos, aliás, (...) "a permanência desse discurso deve-se à ideia de mito fundador do Brasil, associada, segundo Marilena Chauí, mais a uma ideologia dos setores dominantes, do que à história propriamente dita (CHAUÍ, 2013, p. 151) (...)", mas na verdade eles são originários do Brasil e uma oportunidade de aprender com a sua sabedoria, apoiar e defender seus direitos, pela demarcação de suas terras e proteção de sua cultura e do meio ambiente.
A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. (PEREIRA, 2002, p. 36, Apud LAMAS; VICENTE; MAYRINK, p. 125).
O silenciamento e o apagamento de minorias ético-raciais, isto, especificamente aos indígenas (...) "têm uma intencionalidade política, fazem parte dos processos políticos de segregação desses coletivos nos diversos territórios sociais, econômicos, políticos e culturais". (ARROYO, 2011, p. 143).
O negacionismo em relação a esses heróis, gigantes e desbravadores, estão narrados e descritos com esteriótipos deslocados e distorcidos, quando os caracterizam como bons, inocentes, preguiçosos e violentos.
Há de concordar que (...) "essa ideologia dominante mantém um discurso de caráter eurocêntrico que acaba por negar as múltiplas identidades nacionais, em especial as identidades étnicas indígena e negra" (LAMAS; BRAGA; MAYRINK, p. 125).
A despeito dessas premissas, julgo pertinente reproduzir o discurso do Deputado Federal, Henrique Fontana, quando assinala o seguinte:
"Em 2019, junto com outros deputados, recebi na Câmara Federal o cacique Raoni Metuktire que acabava de atravessar o país para se defender dos ataques mentirosos que Bolsonaro tinha feito a ele em seu discurso na ONU. Conhecido internacionalmente pela defesa dos direitos dos povos indígenas, ele foi chamado pelo presidente brasileiro de "peça de manobra" usada por governos estrangeiros para "avançar seus interesses na Amazônia".
"O Bolsonaro falou que não sou uma liderança. Ele que não é liderança e tem que sair", declarou o líder indígena que é responsável por denunciar o presidente por crimes contra a humanidade ao Tribunal Penal Internacional. Ele também acusa Bolsonaro de ser responsável por assassinato, transferência forçada e perseguição contra povos indígenas.
Hoje comemora-se o Dia do Índio no Brasil, mas há pouco a ser celebrado. O cenário atual é de retrocesso de direitos dos povos indígenas, omissão na demarcação de terras, genocídio e perseguição política. Que a data de hoje seja de reflexão e luta!"
https://www.instagram.com/p/CN2eKJDHRgF/?igshid=kwcxos5qlghg
CHAUÍ, Marilena. Manifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro: escritos de Marilena Chauí Vol. 2. Belo Horizonte/São Paulo: Autêntica: Fundação Perseu Abramo, 2013. In: LAMAS, F.G; G. B, VICENTE; N., MAYRINKOs indígenas nos livros didáticos: uma abordagem crítica. R e v i s t a C a d e r n o s d e E s t u d o s e P e s q u i s a n a E d u c a ç ã o B á s i c a , R e c i f e , v . 2 , n . 1 , p . 1 2 4 - 1 3 9 , 2 0 1 6 . C A p U F P E.
Muito bem, colega!
Faz parte do projeto da modernidade, Wellington, estabelecer o tempo como linear e de acordo com essa linha de tempo colocar as diferentes raças em hierarquias de desenvolvimento ou subdesenvolvimento. Visto dessa maneira, os indígenas são seres do passado que, de alguma maneira, não progrediram. A resposta do Ailton Krenak a essa linha de pensamento é levantar e apontar a ele mesmo, falando: Como posso ser uma versão passada do humano, se estou aqui e agora? E no fim, o que é progresso? Extrair tudo que a terra e o meio ambiente têm? O homem moderno com sua postura está levando essa fase da terra, o antropoceno (HARAWAY) ou a fase que os humanos habitam a terra, ao seu fim.