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REVISTA DIGITAL “SUPER.ACCIÓN”

Uma proposta para o Letramento Digital no Ensino e Aprendizagem de Língua Espanhola

Paper

Abstract

O presente artigo relata uma experiência em uma escola de ensino particular no interior de São Paulo. O trabalho teve por objetivo favorecer a aprendizagem da Língua Espanhola nos alunos pertencentes ao ciclo básico do ensino. Para tanto, fez-se o uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) e, concomitantemente, foi possível desenvolver as habilidades relacionadas ao Letramento Digital. A proposta foi desenvolvida no primeiro semestre de 2018 por meio de atividades de leitura, investigação, produção de texto de diversos gêneros, relacionando-os com seus objetivos linguísticos pertinentes e consideração a cada nível de conhecimento dos alunos de acordo com as diretrizes expressas na Base Comum Curricular (BNCC, 2018) no eixo de Linguagem e suas Tecnologias. As atividades elaboradas pelos alunos foram compiladas e apresentadas em formato de uma revista digital. Deste modo, são apresentadas considerações de autores que convergem para uma perspectiva de ensino e aprendizagem dentro da abordagem sociointeracional, descritas por Vygotsky (1934), Bronckart (1999; 2003; 2006; 2008), o uso de gêneros para ensino e aprendizagem de língua estrangeira conceituados por Cristóvão (2007), Schneuwly e Dolz (2004) e das fases e etapas de desenvolvimento que contemplam o Letramento Digital, pautados nas perspectivas de Soares (2006), Moran (2015), Rojo (2009) e na BNCC (2018). No presente artigo apresenta o contexto de aplicação, objetivos gerais, fundamentação teórica, fases do projeto, atividades elaboradas, finalizando com a documentação das atividades como resultado da aprendizagem dos aspectos linguísticos e de letramento digital desenvolvidos pelos alunos no periódico criado em ambiente virtual.

Keywords

Letramento Digital. Ensino e aprendizagem. Língua estrangeira. Gênero jornalísticos.

RESUMO

O presente artigo relata uma experiência em uma escola de ensino particular no interior de São Paulo. O projeto teve por objetivo favorecer a aprendizagem da Língua Espanhola nos alunos pertencentes ao ciclo básico do ensino. Para tanto, fez-se o uso das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) e, concomitantemente, foi possível desenvolver as habilidades relacionadas ao Letramento Digital. A proposta foi desenvolvida no primeiro semestre de 2018 por meio de atividades de leitura, investigação, produção de texto de diversos gêneros, relacionando-os com seus objetivos linguísticos pertinentes e consideração a cada nível de conhecimento dos alunos de acordo com as diretrizes expressas na Base Comum Curricular (BNCC, 2018) no eixo de Linguagem e suas Tecnologias. As atividades elaboradas pelos alunos foram compiladas e apresentadas em formato de uma revista digital. Deste modo, são apresentadas considerações de autores que convergem para uma perspectiva de ensino e aprendizagem dentro da abordagem sociointeracional, descritas por Vygotsky (1934), Bronckart (1999; 2003; 2006; 2008), o uso de gêneros para ensino e aprendizagem de língua estrangeira conceituados por Cristóvão (2007), Schneuwly e Dolz (2004) e das fases e etapas de desenvolvimento que contemplam o Letramento Digital, pautados nas perspectivas de Soares (2006), Moran (2015), Rojo (2009) e na BNCC (2018). Neste artigo encontram-se descritos o contexto de aplicação, objetivos gerais, fundamentação teórica, fases do projeto, atividades elaboradas, finalizando com a documentação das atividades como resultado da aprendizagem dos aspectos linguísticos e de letramento digital desenvolvidos pelos alunos no periódico criado em ambiente virtual.

Palavras-chave: Letramento Digital. Ensino e aprendizagem. Língua estrangeira. Gênero jornalísticos.

INTRODUÇÃO

 

Este artigo relata um projeto realizado em uma escola particular de ensino regular envolvendo alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, em uma cidade na região centro-oeste do estado de São Paulo, durante o ano letivo de 2018. Há dois anos, a escola iniciou um trabalho aliado ao Google for Education com intenção de desenvolver competências relacionadas ao Letramento digital. Incluídas nos planejamentos semestrais, essas formações têm o objetivo de aproximar o uso da tecnologia à sala de aula, como sugerem as recentes diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018). Pesquisadores como Soares (2006) e Buzato (2006) confirmam em seus estudos a importância de se aliar tecnologia e conhecimento para ampliar as habilidades necessárias para viver em um mundo cada vez mais integrado à era digital.

No que diz respeito ao ensino do idioma espanhol, percebeu-se uma falta de motivação por parte dos alunos para uso da língua-alvo fora do ambiente da sala de aula. Apesar de inúmeros relatos de alunos sobre o contato com o espanhol, as produções desses alunos ainda eram tímidas e a exploração, bem como a identificação com a língua, estavam longe do esperado. Sendo assim, percebemos que as diretrizes propostas pela BNCC (2018) não correspondiam à realidade. Neste sentido, propor o uso das Novas Tecnologias da Comunicação e da Informação (NTICs), poderia contribuir para romper com a estagnação no processo de aprendizagem, elevando o contexto da sala de aula para além dos muros da escola, facilitando o processo de interação e uso da língua, aproximando assim, o aluno de uma postura mais autônoma no seu processo de aprendizagem.

A intenção da criação de uma revista digital em ambiente virtual, voltada para os produtos desenvolvidos na disciplina de língua espanhola, busca proporcionar à comunidade escolar e externa a oportunidade de contato com esta língua em vários níveis de aprendizagem, expor as habilidades digitais e competências linguísticas já adquiridas por esses alunos e compartilhar conhecimentos e ideias que podem ser elaboradas coletivamente entre os professores, favorecendo os trabalhos interdisciplinares. Soma-se a isso, o fato dos alunos poderem visualizar suas produções, dando assim um significado dentro das práticas sociais.

Os trabalhos foram realizados em concordância com o material didático adotado pela instituição, afim de que pudessem desenvolver as competências comunicativas, interacionais, sócio-culturais e relacionadas ao Letramento digital com foco na Língua espanhola. Para tal, foram elaboradas atividades considerando as habilidades linguísticas e digitais dos alunos e que apresentassem relevância para o contexto social do aprendiz. O planejamento das atividades desenvolvidas pode ser visto por meio do acesso do código QR.

Figura 1: Plano de atividades interdisciplinar por segmento.

Fonte: A autora

Nestas atividades são apresentadas considerações de autores que convergem para uma perspectiva de ensino/aprendizagem sob uma abordagem sociointeracional, tais como sugerem os conceitos de Vygotsky (1934), Leffa (1988), Liberali (2009) e Rojo (2009). Uma vez que, como afirma o sociointeraccionismo vygotskiano, a aprendizagem protagonizada pelo aprendiz se dá de forma colaborativa e coletiva, é uma construção interativa que rejeita o autoritarismo do professor e se reorganiza em uma prática pedagógica mais democrática, na qual a figura do professor contemporâneo se estabelece como fonte intermediadora mais experiente, uma ponte, que busca conectar o velho conhecimento como o novo, valorizando a cultura universal e repensando posturas críticas que elevem os saberes ensinados para que o aluno possa internalizá-los, segundo as necessidades da sociedade política na qual habita. Encontra-se descrito no quadro 1 alguns apontamentos sobre a postura esperada pelo professor e aluno no processo de ensino e aprendizagem entreposto pelo uso das NTICs.

Quadro 1: Postura do aluno e do professor mediado pela tecnologia

Fonte: adaptado de Souza e Morales (2015)

Toda prática social está ligada a situações linguísticas sendo própria do indivíduo, e de acordo com Vygotsky (2001 e 2003 apud LIBERALI 2009, p. 10). Nessa concepção, cada atividade desenvolvida pelos alunos possui uma finalidade linguística específica, bem como uma finalidade de Letramento Digital, respeitando as competências dos alunos.

Nesta visão, a revista promove uma prática linguística comum a todos os alunos: o uso do gênero reportagem. Sendo assim, a produção da revista nos direciona para a corrente teórico-metodológica do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) concebida por Bronckart (2003; 2006; 2008), descrita no decorrer deste artigo.

Pretende-se proporcionar uma reflexão mais crítica sobre o ensino/aprendizagem de língua espanhola e a sua relevância para o desenvolvimento do aprendiz como cidadão, assim como para a formação enquanto sujeito digitalmente letrado, conforme afirma Xavier (2011, p. 6), “o grau de letramento digital do sujeito cresce à medida que aumenta o domínio dos dispositivos tecnológicos que ele emprega em suas ações cotidianas”.

1 Contextualização e aspirações sobre as novas formas de ensinar

1 Contextualização e aspirações sobre as novas formas de ensinar

O objetivo do projeto é desenvolver competências no campo do Letramento Digital e habilidades de leitura, produção e interpretação em língua espanhola com o intuito de estimular a aprendizagem.

Segundo Rojo (2009), aprender a trabalhar com os novos letramentos e as múltiplas linguagens presentes na era da “modernidade líquida” (BAUMAN, 2001) de forma a desenvolver o senso crítico, ético e democrático, exige do professor uma olhar mais apurado e principalmente colaborativo sobre os nativos digitais. Em concordância com a área de trabalho (língua espanhola) propôs-se a elaboração de uma revista digital, que foi construída pelos alunos, com os seguintes objetivos nas esferas sociais:

Incentivar o uso de tecnologia, dentro e fora da sala de aula como uma forma de disseminar a pedagogia dos multiletramentos sob uma óptica sociointeracionista;

Focar nas características que abordem o desenvolvimento de capacidades/competências que propiciem a compreensão e produção de gêneros orais e escritos que circulam no mundo social.

Desta forma, com este projeto espera-se dinamizar e compartilhar o acesso ao conhecimento sobre a língua espanhola e Letramento Digital, promover meios de interação entre a comunidade escolar e social e principalmente motivar os aprendizes a desenvolver suas habilidades linguísticas e tecnológicas.

2 O gênero reportagem e o Letramento digital

Segundo os teóricos Vygotsky (1991/98) e Bakhtin (1981), a linguagem é um agente de interação construído por meio de fenômenos sociológicos, uma vez que o indivíduo (consciência) é participante de uma comunidade linguística (social), consequentemente a oralidade e a escrita integram um contínuo de modalidades denominada sociointeracionismo.

Esta interação entre sujeito e suas relações sociais, tendo como mediadora a linguagem desse processo, levou Bronckart (1999) a construção dos princípios do interacionismo sócio-discursivo (ISD). Tais princípios se referem à organização do indivíduo no mundo construído por diversificadas interações sociais e culminaram na elaboração de modalidades de funcionamento da língua, nomeadas por Bronckart de formações sócio-discursivas, as quais denominam os diferentes mecanismos de discurso ou gêneros textuais. Assim sendo, consideramos a importância do ensino observando a filiação dos tipos de textos ao aspecto sócio-histórico e cultural, determinando sua singularidade e propriedades semióticas, onde é possível definir seus aspectos linguísticos e comunidade, sua função social, etc. Segundo os autores, Bronckart e Dolz afirmam que:

[…] la finalidad general de la enseñanza de lenguas apunta al dominio de los géneros, en tanto instrumentos de adaptación y participación en la vida social/comunicativa, y a los aprendizajes relativos a la sintaxis o al léxico como apoyo técnico para esa finalidad global. (BRONCKART; DOLZ, 2007, p.158)

Sendo assim, justifica-se o uso dos gêneros como ferramenta necessária para elaboração de “modelos didáticos” (CRISTOVÃO, 2007) para ensinar a compreender, produzir, interpretar, entre outros. Sob essa perspectiva, a análise e elaboração de gêneros aponta como relevante na trajetória de ensino-aprendizagem. A construção de um modelo didático que permita delimitar as capacidades de linguagem a serem desenvolvidas (capacidade de ação: capacidade de contextualizar o gênero à circunstância de interação, adaptando-o ao receptor/destinatário; discursiva: saber organizar um texto e nele posicionar-se de acordo com o plano comunicativo; e linguístico-discursiva: domínio de unidades linguísticas). Construídos a partir das deliberações de Schneuwly e Dolz (BARROS; SAITO, 2007), essas capacidades propiciam um direcionamento para a reflexão e prática de uso da linguagem escrita em seu funcionamento social.

A capacidade de linguagem e o ensino do gênero reportagem e artigo de revista foram produzidos para compor a revista digital em língua espanhola com finalidades baseadas no desenvolvimento de habilidades e competências no Letramento digital. O modelo didático do gênero reportagem pretendido traça o panorama geral das operações de linguagem que foram trabalhadas e suas respectivas capacidades, que buscou-se desenvolver com o aluno ao longo do projeto.

Para que isso ocorresse, as competências desenvolvidas no Letramento digital foram pontos de partida para avançar nessas reflexões de aprendizagem sob uma visão sociointeracionista (VYGOTSKY, 1934) e sociocultural de forma contextualizada na ISD.

Os recentes debates e pesquisas no campo do uso da tecnologia no processo de letramento contam com importantes considerações, como a de Soares (2002) e Xavier (2007), para definir o Letramento Digital. Para ambos os teóricos, as técnicas empregadas na leitura e escrita por meio da tecnologia digital exigem um conjunto de práticas e competências distintas das percebidas nos leitores da escrita impressa.

"Ser letrado digitalmente pressupõe assumir mudanças nos modos de ler e escrever os códigos e sinais verbais e não-verbais, como imagens, desenhos gráficos, até porque o suporte sobre o qual estão os textos digitais é a tela digital". (XAVIER, 2007, p. 2)

A partir do exposto por esses autores, compreende-se que novas habilidades são exigidas dos digitalmente letrados. As competências e objetivos para utilizar o ambiente digital compelem ao indivíduo a necessidade de mudança para construir sentidos sociais, cognitivos e discursivos, segundo o contexto social no qual está inserido, podendo ser este formal ou informal. Como sugere Moran (2015), ao referir-se às metodologias ativas de aprendizagem, conceito metodológico embasado no uso das NTICs para promover conhecimento.

O ensinar e aprender acontece numa interligação simbiótica, profunda, constante entre o que chamamos de mundo físico e digital. Não são dois mundos ou espaços, mas um espaço estendido, uma sala ampliada, que se mescla, hibridiza constantemente (MORAN, 2015, p. 6).

Para o autor as novas linguagens digitais configuram novas formas de agir, pensar e sentir, ressignificando as noções de espaço e tempo. Posto isso, foram elaborados alguns objetivos de letramento digital e resultados esperados com o desenvolvimento deste projeto.

Portanto, inicia-se agora a análise das atividades criadas e desenvolvidas pelos alunos do Ensino Fundamental - Anos Finais e do Ensino Médio, para compor os artigos que integraram a primeira revista, denominada “SUPER.ACCIÓN” e inteiramente produzida na plataforma digital gratuita JOOMAG.COM.

3 Compartilhando a experiência

As atividades elaboradas, além de terem foco na leitura em língua espanhola e na análise das implicações sociais. Desse modo, destaca-se na produção dessas atividades a autenticidade e relevância para o contexto social do aprendiz, como é fundamentado por vários estudiosos como Schneuwly; Dolz (2004) e Rojo (2009), acredita-se que a função social da comunicação escrita pode ser mais significativo no processo de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira, pois o aluno se torna mais motivado a aprender ao dar significado um gênero textual na língua-alvo que poderá ser visualizado pela comunidade escolar. Participaram do trabalho um total de 185 alunos, com variadas habilidades no que se refere a conhecimentos digitais.

Para elaboração das atividades, grupos foram criados na plataforma do Google sala de aula, um para cada turma, facilitando a comunicação entre aluno-professor e aluno-aluno, além da comunicação presencial e orientações sobre prazos, elaboração de atividades, sites relacionados ao assunto estudado, que também foram postados na plataforma, promovendo uma interação e organização dos trabalhos.

Para a avaliação do trabalho, considerou-se as participações mínimas exigidas, individuais e por grupos. Como objetivo principal, nesta primeira proximidade com as propostas, considerou-se o Letramento digital que possibilitasse: ampliar o contato dos alunos com o universo hispânico fora dos limites da sala de aula e observar sobre suas habilidades com a plataforma e outras ferramentas digitais propostas.

Para tal, foram usados como base os conceitos relatados no mapa revisado por Anderson e Krathwohl (2001) sobre a Taxonomia de Bloom (1956). Sua representação original está centrada no processo de aprendizagem cognitiva em seus diferentes níveis. Vale ressaltar que é possível iniciar de qualquer estágio, pois seus revisores reconhecem que todos os níveis estão interligados no processo de aprendizagem. 

Nas fases que se seguiram do projeto, priorizou-se os objetivos de aquisição do Letramento digital em concomitância com os aspectos propostos na ISD. O mapa conceitual da Taxonomia de Bloom para era digital (figura 2) proposto por Andrew Churches (2008), norteou a avaliação sobre as capacidades e competências necessárias para o desenvolvimento cognitivo do aluno letrado digitalmente.

Figura 2: Taxonomia de Bloom para a era digital (CHURCHES, 2008)

Fonte: Traduzido de La taxonomía de Bloom digital y el aprendizaje colaborativo: propuesta de web quest. Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-6-Mapa-de-la-taxonomia-digital-de-Bloom-Churches-2009_fig1_332781531

Posto isso, a Taxonomia colaborou para uma avaliação formativa por parte do professor, uma vez que traz uma organização dos estágios presentes no processo de pensamento, facilitando, assim, o planejamento de atividades e ações pedagógicas por parte do docente relacionadas com as estratégias de Letramento digital.

Os trabalhos continuaram durante o ano e os alunos avaliaram positivamente o projeto. No entanto, foi possível perceber uma resistência por parte de uma das turmas do ensino médio em elaborar as atividades com os objetos de aprendizagem solicitados. Além disso, muitos alunos só possuíam acesso pela internet móvel, dificultando a construção da atividade em grupo.

Sobre a dificuldade na realização das atividades propostas, ficou claro que alguns alunos, por possuírem somente dispositivos móveis, necessitaram de instruções específicas para o uso de ferramentas digitais que fossem compatíveis com seus smartphones. Salvo aqueles estudantes que desejaram realizar suas atividades em uma ferramenta diferente por se sentirem mais confortáveis durante a construção do produto final. Nestes casos, não houve interferência por parte do docente, já que o objetivo principal da atividade não dependia da ferramenta digital em si, mas da apropriação das habilidades relacionadas com o Letramento digital e pensamento cognitivo, dispostos respectivamente na BNCC (2018) e Taxonomia de Bloom para a era digital (CHURCHES, 2008).

CONCLUSÃO

De posse dos dados coletados, analizou-se o trabalho considerando-se seus diferentes momentos, desde o lançamento da ideia às turmas, passando pelas semanas de postagens e chegando ao momento final e ao resultado da avaliação do trabalho em ambiente virtual com a elaboração da revista digital “SUPER.ACCIÓN”

Segundo alguns dados levantados naquele momento e proposições feitas pelos alunos, foi possível afirmarmos que há potencialidade em fazer uso do projeto como uma proposta de ensino em língua estrangeira. Ou seja, o objetivo de favorecer o Letramento digital e desenvolver por meio da ISD os aspectos linguísticos foram atingidos na maior parte das propostas.

A intenção de viabilizar o conhecimento por meios midiáticos gera desconforto, porém as NTICs contribuem para a mudança de paradigmas no ensino e aprendizagem de língua estrangeira, contribuindo para uma aprendizagem mais interativa, na qual o tempo e espaço não são mais limitações para a troca de conhecimento. Desta forma, embora os alunos tivessem conhecimento sobre a língua espanhola, poder transportá-los para um ambiente e uma cultura diferente da sua foi uma experiência muito satisfatória, na qual o aluno se colocou como protagonista de sua aprendizagem, aprendendo a pesquisar e selecionando conteúdos pertinentes para agregar ao seu conhecimento prévio ou mesmo desmistificando certos estereótipos culturais. Neste contexto de ensino e aprendizagem colaborativa, a postura do professor deixa de ser autoritária e passa a ser mediadora, motivando o desenvolvimento de novas habilidades e competências em si próprio.

Após colher sugestões e fazer as alterações devidas no projeto para sua melhoria e ampliação futura, observa-se a possibilidade de promover interação também fora do ambiente virtual, organizar o conteúdo e elaborar novas atividades para o próximo semestre com propostas de criar uma enquete para escolher os melhores conteúdos postados no grupo e até mesmo, abrir o grupo para outras turmas de estudantes e outras disciplinas que queiram desenvolver atividades interdisciplinares.

REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

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